GREEN KNIGHT


Este Blog destina-se à partilha da vida e de algumas experiências que vou partilhando com os amigos que aqui resolvam entrar e deixar o seu rasto. São todos bem-vindos e espero que gostem das coisas que vou postando, dentro das minhas possibilidades.Gostaria que este Blog fosse mesmo um campo de papoilas, em que possamos trotar felizes. E conto com as vossas agradáveis visitas! Um abraço a todos!







terça-feira, 10 de setembro de 2013

DITO POR NÃO DITO/FEITO POR NÂO FEITO


DITO POR NÂO DITO/FEITO POR NÂO FEITO

Era uma vez um homem que dava a sua palavra com imensa convicção. Falava de princípios e valores ou, pelo menos, estes estavam subjacentes aos seus discursos. Falava de coerência para justificar todos os actos e era incoerente, porque a sede de protagonismo “cega” quem não sabe porque vive. O narcisismo que o caracteriza não lhe permitia a contenção a que o bom senso apela e, certa vez, na” floresta”/” selva” da qual se julgava rei, “meteu o pé na argola”. Organizou uma cilada aos seus súbditos e caiu nela, quase sem dar por isso, mas com consequências para todos. Os que pagam, os que trabalham, os que acreditam, os que querem construir…
Quando o mar bate na rocha, lá diz o povo, quem sofre (s..l..)é o mexilhão.
Ao longo do espectáculo da vida vamos assistindo, serenamente, tanto quanto isso é possível, ao que acontece, aos que passam por nós, aqueles por quem passarmos…
Vamos fazendo as histórias que compõem a sociedade e que podem construir ou destruir o mundo.
Vamos olhando à volta e vemos convicções transformadas em dúvidas e predefinições interrompidas pelo facilitismo dos que trocam o essencial pelo acessório. Não nos dispomos a sacrifícios, porque tememos o sofrimento, mesmo que este seja por amor e tenha sentido.
“Brincamos” com a vida dos outros, como se nada tivéssemos a ver com eles e, sobretudo convictos de que ninguém “brincará” da mesma forma com a nossa.
Talvez seja por coisas como estas que se confunde a construção do amanhã com a destruição de quem dele podia fazer parte, desde que cada um que destrói não seja o eu destruído. Talvez seja por isso que as clivagens familiares são, hoje em dia, uma prática tão comum e se accionam como quase primeiro recurso.
Talvez seja por isso que os despedimentos são tão fáceis, desde que não toquem à porta de quem despede.
Talvez seja por isso que se podem pedir com naturalidade mais restrições, desde que quem as pede não tenha que se restringir.
Que futuro, afinal, queremos construir se continuarmos a ser destrutivos nas atitudes e irresponsáveis decisões?
Quem pensamos que somos quando lutamos com uma postura de quem sempre vencerá?
Eu nunca fui apologista de que o medo tivesse um bom papel na vida de quem quer que seja. Sempre defendi que o que nos protege é uma boa avaliação de riscos e uma tomada de decisões nesta baseada. No entanto, chegámos a um momento social e económico em que até parece que só um grande susto pode balizar os (ir) responsáveis.
Os essenciais são o bom e o belo e nada mais do que a paz e a alegria os podem rechear. Ainda assim, estas têm de ser honestas e precisam de uma dimensão humana para se construírem com solidez.
A nossa vulnerabilidade não deve ser tida em conta para nos fragilizar, mas para nos humanizar e nos tornar responsáveis pela felicidade dos outros. Essa será a única forma de garantir também a que nos é devida, de um modo digno e consistente.
Margarida Cordo


3 comentários:

São disse...

Gostei muito do texto, pela lucidez .

Até quando durará esta tragédia mundial?

Abraço grande

Elvira Carvalho disse...

Um excelente texto.
Um abraço

Anónimo disse...

Que o dito seja bem-feito.
A verdadeira mudança está em cada um de nós.
.Texto excelente para reflectir.
Mariana.