GREEN KNIGHT


Este Blog destina-se à partilha da vida e de algumas experiências que vou partilhando com os amigos que aqui resolvam entrar e deixar o seu rasto. São todos bem-vindos e espero que gostem das coisas que vou postando, dentro das minhas possibilidades.Gostaria que este Blog fosse mesmo um campo de papoilas, em que possamos trotar felizes. E conto com as vossas agradáveis visitas! Um abraço a todos!







quinta-feira, 6 de outubro de 2011

NEOREALISMO

ALVES REDOL



Quando conheci esta obra, deste grande escritor fiquei surpreendido por ter reconhecido nela, uma vivencia que me não era de todo desconhecida.
Nos anos 50 passei os anos da minha infância na companhia dos meus avós maternos.
O meu avô era então, (o abegão) “superintendente”numa herdade nas lezírias do Ribatejo.
Neste livro identifiquei o terreno, o rancho de ceifeiros/as, o arrozal, os capatazes, o patrão, a ceifeira escolhida por este, as doenças originadas pela violência do trabalho, a sujeição pela necessidade, enfim o modo como eram tratados.
O nome de gaibéus, caramelos, barrões ou barrôas, não é mais do que um tratamento depreciativo, em que os portugueses são férteis, quando com um bom creme dão lustro ao ego, para demonstrarem a sua "grandeza"
Estes grupos que vinham do interior do país (Beiras) passavam, o que não se deseja a ninguém.
Quando a descrição é feita ao “campino garboso” ou ao “ceifeiro rebelde” podemos deduzir que o nome gaibéu está mais abaixo.
Penso que no acto de receber migalhas, ainda podia acrescentar mais alguma coisa, sobre a dignidade humana tão bem retratado neste livro.
Quando se trata de comer tudo é possível, ao ponto da honra de qualquer trabalhadora menina,fosse posta em causa caso ousasse aceitar um misero coelho com moléstia, para matar a fome e assim ter de hipotecar a sua alma.


Embora criança, guardei muitos pormenores da vida destas pessoas.
Também se encontram alguns paralelos na vida de hoje dos portugueses, só que a escala já é outra.

11 comentários:

Maria disse...

Jrom amigo
Li uma grande parte da obra de Redol. Creio que "Gaibéus" foi o primeiro. Ainda hoje lhe pego com ternura, pelo muito que aprendi com ele.
Sou Ribatejana, sabes? Os livros de Redol deram-me a conhecer a minha gente. Considero-o um grande escritor. Tinha família na minha Tomar natal. Como comecei a ler com 6 anos, troquei cedo, os livros de contos de fadas, por escritores sérios. Camilo e Alves Redol foram talvez, os primeiros. Discutia o que lia com o meu pai que, me explicava aquilo que, a minha idade ainda não entendia. Posso dizer sem vaidade que, fiquei íntima dos nossos escritores, muito novinha. Meu pai (sempre ele), chamava-me: a papa-livros ou traça. Ainda hoje leio muito, tudo o que me chega as mãos, portugueses ou estrangeiros mas, quando a saudade aperta, volto ao Eça, ao Camilo, ao Redol, ao Soeiro. Este impressiona-me muito e, lamento que só tenha escrito 2 livros. A morte levou-o cedo.
Por hoje chega.
Obrigada por teres recordado Redol.
Beijinho
Maria

Anónimo disse...

Muito bem Zé.
Alves Redol vem mesmo trazer-te à mesa aquilo que conheces bem e comes com muita satisfação.
É assim. Nem tudo passa ao lado das nossas vidas sem disso nos dar-mos conta.
Talvez seja altura de o voltares a ler.
Grande abraço amigo
KIM

Maria disse...

Jrom amigo
Ainda cá voltei. Quando se fala de Ribatejo e Redol, não me canso de falar.
Conheces o "Ciclo Portwine (composto de três romances: Horizonte Cerrado (1949), Os Homens e as Sombras (1951) e Vindima de Sangue"? Tratam do Douro, da cultura do vinho do Porto, da vida horrorosa dos durienses. O nosso Redol, não se preocupou só, com os Ribatejanos, foi mais longe.
Se não leste os outros (os do chamado "Ciclo Portwine"), lê. Vale a pena.
Beijinho
Maria

Green Knight disse...

Meus amigos e amigas não sei o que se passa nas comunicações do meu blog.
Estou a tentar resolver esta situação
obrigado pela vossa paciência
jrom

Green Knight disse...

Amiga Maria sou ribatejano por naturalidade e tenho um vinculo muito forte às fortes tradições desta província portuguesa.Devido a minha vida fazer parte das origens, também ligada por laços familiares nesta zona do país.
Adoro toda a história relacionada com as gentes desta região.
Este escritor foi um exlibris na divulgação desta gente Ribatejana.
O livro OS AVIEIROS também ilustram outra etnia que se adaptou nesta zona e é ainda testemunho das caracteristicas próprias das suas vidas.

A obra de Alves Redol é muito mais vasta. Também conheço o livro (Os Avieiros).
Num dos seus prefácios confirma que a sua avó era de Tomar.
Esta forma singular de reportar as suas gentes está relacionada com um outro tempo.
Identifico estas vivências, embora não me sinta em sintonia com os seus ideais políticos, nos dias de hoje, claro!
beijinho Maria
jrom

Je Vois La Vie en Vert disse...

Alves Redol era cunhado duma tia do Leo que eu gostava muito mas confesso que nunca o li.

Estou a ver, Zé, que andas com problemas no teu computador e reparei que voltaste à versão antiga do Blogger e até adivinho quem te ajudou porque reconheço os links na parte lateral...
Mas esta versão antiga não é fácil de manusear, é preciso saber linguagem HTML para utilizá-la e aconselho-te a abrir uma nova versão.

Beijinhos
Verdinha

Green Knight disse...

Verdinha de facto tenho tido alguns problemas no blog.
Obrigado pelos conselhos, são sempre bem vindos,assim como a oferta de ajuda.

Com a comemoração dos 100 anos, Alves Redol é relembrado e reconhecido no seu museu em Vila Franca de Xira.
Homem conhecedor das vivências do povo, num determinado tempo já passado.
Beijinho Verdinha
jrom

SEVE disse...

Alves Redol é indissociável das gentes e das terras do Ribatejo.

Também a ficção de Soeiro Pereira Gomes (um escritor esquecido) será indissociável das gentes retratadas por Alves Redol, nomeadamente em "ESTEIROS", um livro notável sobre os homens que nunca foram meninos.

Maria disse...

Jrom
Desculpa por me servir do teu blogue para responder ao Seve.
Beijo
Maria

Seve
Esquecido, o Soeiro? Não, amigo.
Enquanto nós os dois lembramos os Esteiros e Engrenagem, Soeiro não será esquecido.
Soeiro falou um dia dos "Homens que nunca foram meninos".
Conto-nos histórias verdadeiras. A daquele menino, que foi nadador e, ficou conhecido no mundo inteiro.
Ai amigo, que pena que Soeiro tenha escrito tão pouco. Mas, pelo menos, tu e eu, não esquecemos.
Abraço-te, irmão.
Maria

Anónimo disse...

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