GREEN KNIGHT


Este Blog destina-se à partilha da vida e de algumas experiências que vou partilhando com os amigos que aqui resolvam entrar e deixar o seu rasto. São todos bem-vindos e espero que gostem das coisas que vou postando, dentro das minhas possibilidades.Gostaria que este Blog fosse mesmo um campo de papoilas, em que possamos trotar felizes. E conto com as vossas agradáveis visitas! Um abraço a todos!







terça-feira, 22 de setembro de 2015

Que a nossa ditosa Pátria se livre das garras dos políticos corruptos e mafiosos!
http://img1.blogblog.com/img/icon18_wrench_allbkg.png
13/01/2014
por Fernando Tavares
Nação valente e imortal
Agora sol na rua a fim de me melhorar a disposição, me reconciliar com a vida. Passa uma senhora de saco de compras: não estamos assim tão mal, ainda compramos coisas, que injusto tanta queixa, tanto lamento. Isto é internacional, meu caro, internacional e nós, estúpidos, culpamos logo os governos. Quem nos dá este solzinho, quem é? E de graça. Eles a trabalharem para nós, a trabalharem, a trabalharem e a gente, mal agradecidos,protestamos. Deixam de ser ministros e a sua vida um horror, suportado em estóico silêncio. Veja-se, por exemplo, o senhor Mexia, o senhor Dias Loureiro, o senhor Jorge Coelho, coitados. Não há um único que não esteja na franja da miséria. Um único. Mais aqueles rapazes generosos, que, não sendo ministros, deram o litro pelo País e só por orgulho não estendem a mão à caridade.

O senhor Rui Pedro Soares, os senhores Penedos pai e filho, que isto da bondade às vezes é hereditário, dúzias deles.

Tenham o sentido da realidade, portugueses, sejam gratos, sejam honestos, reconheçam o que eles sofreram, o que sofrem. Uns sacrificados, uns Cristos, que pecado feio, a ingratidão. O senhor Vale e Azevedo, outro santo, bem o exprimiu em Londres. O senhor Carlos Cruz, outro santo, bem o explicou em livros. E nós, por pura maldade, teimamos em não entender. Claro que há povos ainda piores do que o nosso: os islandeses, por exemplo, que se atrevem a meter os beneméritos em tribunal. Pelo menos nesse ponto, vá lá, sobra-nos um resto de humanidade, de respeito.

Um pozinho de consideração por almas eleitas, que Deus acolherá decerto, com especial ternura, na amplidão imensa do Seu seio. Já o estou a ver Senta-te aqui ao meu lado ó Loureiro Senta-te aqui ao meu lado ó Duarte Lima Senta-te aqui ao meu lado ó Azevedo que é o mínimo que se pode fazer por esses Padres Américos, pela nossa interminável lista de bem-aventurados, banqueiros, coitadinhos, gestores que o céu lhes dê saúde e boa sorte e demais penitentes de coração puro, espíritos de eleição, seguidores escrupulosos do Evangelho. E com a bandeirinha nacional na lapela, os patriotas, e com a arraia miúda no coração. E melhoram-nos obrigando-nos a sacrifícios purificadores, aproximando-nos dos banquetes de bem-aventuranças da Eternidade. As empresas fecham, os desempregados aumentam, os impostos crescem, penhoram casas, automóveis, o ar que respiramos e a maltosa incapaz de enxergar a capacidade purificadora destas medidas. Reformas ridículas, ordenados mínimos irrisórios, subsídios de cacaracá? Talvez. Mas passaremos sem dificuldade o buraco da agulha enquanto os Loureiros todos abdicam, por amor ao próximo, de uma Eternidade feliz. A transcendência deste acto dá-me vontade de ajoelhar à sua frente.

Dá-me vontade? Ajoelho à sua frente, indigno de lhes desapertar as correias dos sapatos. Vale e Azevedo para os Jerónimos, já! Loureiro para o Panteão, já! Jorge Coelho para o Mosteiro de Alcobaça, já! Sócrates para a Torre de Belém, já! A Torre de Belém não, que é tão feia. Para a Batalha. Fora com o Soldado Desconhecido, o Gama, o Herculano, as criaturas de pacotilha com que os livros de História nos enganaram.

Que o Dia de Camões passe a chamar-se Dia de Armando Vara. Haja sentido das proporções, haja espírito de medida, haja respeito. Estátuas equestres para todos, veneração nacional. Esta mania tacanha de perseguir o senhor Oliveira e Costa: libertem-no. Esta pouca vergonha contra os poucos que estão presos, os quase nenhuns que estão presos por, como provou o senhor Vale e Azevedo, como provou o senhor Carlos Cruz, hedionda perseguição pessoal com fins inconfessáveis. Admitam-no. E voltem a pôr o senhor Dias Loureiro no Conselho de Estado, de onde o obrigaram, por maldade e inveja, a sair. Quero o senhor Mexia no Terreiro do Paço, no lugar de D. José que, aliás, era um pateta. Quero outro mártir qualquer, tanto faz, no lugar do Marquês de Pombal, esse tirano.

Acabem com a pouca vergonha dos Sindicatos.

Acabem com as manifestações, as greves, os protestos, por favor deixem de pecar. Como pedia o doutor João das Regras, olhai, olhai bem, mas vêde. E tereis mais fominha e, em consequência, mais Paraíso. Agradeçam este solzinho.

Agradeçam a Linha Branca. Agradeçam a sopa e a peçazita de fruta do jantar.

Abaixo o Bem-Estar. Vocês falam em crise mas as actrizes das telenovelas continuam a aumentar o peito: onde é que está a crise, então? Não gostam de olhar aquelas generosas abundâncias que uns violadores de sepulturas, com a alcunha de cirurgiões plásticos, vos oferecem ao olhinho guloso? Não comem carne mas podem comer lábios da grossura de bifes do lombo e transformar as caras das mulheres em tenebrosas máscaras de Carnaval. Para isso já há dinheiro, não é? E vocês a queixarem-se sem vergonha, e vocês cartazes, cortejos, berros.

Proíbam-se os lamentos injustos. Não se vendem livros? Mentira. O senhor Rodrigo dos Santos vende e, enquanto vender, o nível da nossa cultura ultrapassa, sem dificuldade, a Academia Francesa. Que queremos? Temos peitos, lábios, literatura e os ministros e os ex-ministros a tomarem conta disto.

Sinceramente, sejamos justos, a que mais se pode aspirar? O resto são coisas insignificantes: desemprego, preços a dispararem, não haver com que pagar ao médico e à farmácia, ninharias. Como é que ainda sobram criaturas com a desfaçatez de protestarem? Da mesma forma que os processos importantes em tribunal a indignação há-de, fatalmente, de prescrever. E, magrinhos, magrinhos mas com peitos de litro e beijando-nos um aos outros com os bifes das bocas seremos, como é nossa obrigação, felizes.
Revista Visão


terça-feira, 10 de setembro de 2013

DITO POR NÃO DITO/FEITO POR NÂO FEITO


DITO POR NÂO DITO/FEITO POR NÂO FEITO

Era uma vez um homem que dava a sua palavra com imensa convicção. Falava de princípios e valores ou, pelo menos, estes estavam subjacentes aos seus discursos. Falava de coerência para justificar todos os actos e era incoerente, porque a sede de protagonismo “cega” quem não sabe porque vive. O narcisismo que o caracteriza não lhe permitia a contenção a que o bom senso apela e, certa vez, na” floresta”/” selva” da qual se julgava rei, “meteu o pé na argola”. Organizou uma cilada aos seus súbditos e caiu nela, quase sem dar por isso, mas com consequências para todos. Os que pagam, os que trabalham, os que acreditam, os que querem construir…
Quando o mar bate na rocha, lá diz o povo, quem sofre (s..l..)é o mexilhão.
Ao longo do espectáculo da vida vamos assistindo, serenamente, tanto quanto isso é possível, ao que acontece, aos que passam por nós, aqueles por quem passarmos…
Vamos fazendo as histórias que compõem a sociedade e que podem construir ou destruir o mundo.
Vamos olhando à volta e vemos convicções transformadas em dúvidas e predefinições interrompidas pelo facilitismo dos que trocam o essencial pelo acessório. Não nos dispomos a sacrifícios, porque tememos o sofrimento, mesmo que este seja por amor e tenha sentido.
“Brincamos” com a vida dos outros, como se nada tivéssemos a ver com eles e, sobretudo convictos de que ninguém “brincará” da mesma forma com a nossa.
Talvez seja por coisas como estas que se confunde a construção do amanhã com a destruição de quem dele podia fazer parte, desde que cada um que destrói não seja o eu destruído. Talvez seja por isso que as clivagens familiares são, hoje em dia, uma prática tão comum e se accionam como quase primeiro recurso.
Talvez seja por isso que os despedimentos são tão fáceis, desde que não toquem à porta de quem despede.
Talvez seja por isso que se podem pedir com naturalidade mais restrições, desde que quem as pede não tenha que se restringir.
Que futuro, afinal, queremos construir se continuarmos a ser destrutivos nas atitudes e irresponsáveis decisões?
Quem pensamos que somos quando lutamos com uma postura de quem sempre vencerá?
Eu nunca fui apologista de que o medo tivesse um bom papel na vida de quem quer que seja. Sempre defendi que o que nos protege é uma boa avaliação de riscos e uma tomada de decisões nesta baseada. No entanto, chegámos a um momento social e económico em que até parece que só um grande susto pode balizar os (ir) responsáveis.
Os essenciais são o bom e o belo e nada mais do que a paz e a alegria os podem rechear. Ainda assim, estas têm de ser honestas e precisam de uma dimensão humana para se construírem com solidez.
A nossa vulnerabilidade não deve ser tida em conta para nos fragilizar, mas para nos humanizar e nos tornar responsáveis pela felicidade dos outros. Essa será a única forma de garantir também a que nos é devida, de um modo digno e consistente.
Margarida Cordo


quinta-feira, 30 de maio de 2013

Ontem e hoje





Estórias do passado .Se pensarmos que estávamos nos anos 60
    com a possibilidade de trabalhar.